Preço do Ouro Sofre Correção Severa: Fim do Rali ou Tomada de Mais-Valias?
Uma Correção Severa Após Novos Máximos
Depois de atingir recordes consecutivos este ano, o preço do ouro sofreu uma queda abrupta, perdendo mais de 300 dólares em apenas dois dias. Esta descida acentuada levanta questões sobre a sustentabilidade da tendência de subida a longo prazo. Embora o ouro seja frequentemente visto como um investimento seguro, essa perceção é apenas parcialmente verdadeira. Se por um lado não se teme uma perda total de valor – algo teoricamente possível com moedas ou títulos – visto que o metal precioso nunca foi inútil ao longo de milénios, por outro lado está, de facto, sujeito a fortes flutuações.
A recente volatilidade é um exemplo claro. A “febre do ouro” nos mercados financeiros desapareceu subitamente na terça-feira. Após seis dias consecutivos de ganhos, que levaram o preço para perto do máximo histórico de 4.366 dólares (equivalente a 3.769 euros), seguiu-se uma queda profunda. Desde então, o metal precioso desvalorizou mais de 300 dólares, sendo que na tarde de quarta-feira a onça troy (onça fina) era negociada a apenas 4.020 dólares. Isto representa uma perda de quase nove por cento em apenas dois dias de negociação.
Sinais de Desanuviamento Comercial e Dólar Forte Pressionam Ouro
Mas o que desencadeou esta venda massiva? Os especialistas da corretora britânica Activtrades justificam as perdas recentes com sinais mais positivos vindos de Washington relativamente ao conflito comercial com a China. A perspetiva de um eventual acordo no próximo encontro entre os presidentes Donald Trump e Xi Jinping na Coreia do Sul reduziu o apelo do ouro como “metal de refúgio” em tempos de crise. A prata também foi arrastada por esta onda descendente, corrigindo fortemente de um recorde de 54 dólares para pouco mais de 48 dólares por onça.
O que também penalizou os metais preciosos foi o recente fortalecimento do dólar, que tinha perdido valor significativamente este ano. Uma moeda norte-americana forte afeta o mercado do ouro, pois torna o metal, negociado em dólares, mais caro noutras zonas monetárias.
Analistas Veem Queda como Tomada de Mais-Valias
Estará a longa tendência de subida, que dura há três anos, quebrada? Os especialistas da Activtrades acreditam que não: “O caminho de menor resistência parece continuar a ser ascendente, já que os investidores continuam a ver as quedas de preço como oportunidades de compra.”
Outros analistas também veem esta correção severa principalmente como uma tomada de mais-valias. “Face às muitas compras recentes, os investidores começaram finalmente a realizar lucros após a subida recorde”, afirma Fawad Razaqzada, da StoneX. Segundo ele, é “demasiado cedo para declarar o fim da tendência geral de subida”. Esta tendência foi alimentada nos últimos meses por vários fatores, incluindo tensões geopolíticas como os conflitos na Ucrânia e na Faixa de Gaza, disputas comerciais latentes e a paralisação de agências governamentais nos EUA (o “Government Shutdown”). Recentemente, feriados religiosos na Índia também aumentaram a procura por ouro físico, a que se somam as compras estratégicas de longo prazo por bancos centrais de países emergentes, que têm vindo a aumentar notavelmente as suas reservas desde o congelamento dos ativos russos.
A Metáfora do “Elástico Esticado”
Após a forte correção, o ouro estabilizou ligeiramente na quinta-feira, cotando nos 4.122 dólares. No entanto, segundo a Bloomberg, os fundos negociados em bolsa (ETFs) garantidos por ouro registaram na quarta-feira a maior saída diária de capital desde maio.
Observadores do mercado falam de uma “limpeza” necessária após uma subida que impulsionou o preço em mais de 65% desde o início do ano. Keith Lerner, estratega-chefe da Truist Advisory Services, vê a evolução como um sinal de alerta: “Não houve um único gatilho para a venda; o ritmo recente da subida do ouro tinha-se desenvolvido a uma velocidade insustentável, tornando-o vulnerável a uma forte inversão.” Lerner lembra que os preços estavam recentemente mais de 30% acima da média móvel de 200 dias – o maior desvio desde 2006. “Tal como um elástico que é esticado demasiado, o recuo acaba por ser violento”, disse. Tais quedas, superiores a cinco por cento num dia, são historicamente raras e “muitas vezes um sinal de exaustão do mercado e o início de uma fase de correção”.
Fundamentos de Longo Prazo Permanecem Sólidos
Apesar disso, a Truist considera que os motores estruturais da subida permanecem intactos. Os analistas apontam para a continuação das compras pelos bancos centrais, os riscos geopolíticos e os receios de desvalorização monetária (o chamado “debasement trade”). “Estruturalmente, permanecemos positivos. O papel do ouro como diversificador e porto seguro permanece intacto.”
Hebe Chen, da Vantage Global Prime, também falou de uma “correção técnica” após uma “subida exagerada” e usou a mesma metáfora do elástico. Fatores fundamentais, como a fuga para ativos tangíveis, mantêm-se. Com um ganho anual de cerca de 55%, o ouro, apesar da fraqueza recente, continua a ser a matéria-prima com melhor desempenho do ano. Os investidores procuram agora proteger-se através de opções, enquanto o mercado aguarda o próximo encontro entre Trump e Xi – um possível sinal de desanuviamento que poderá, a curto prazo, aliviar a pressão sobre o preço do ouro.
Do dinheiro físico ao investimento digital: A nova moeda de Portugal e o “hype” das contas infantis na Alemanha
O panorama financeiro europeu apresenta diferentes focos. Enquanto em Portugal se assiste à emissão de nova moeda física de coleção, na Alemanha a tendência crescente é a acumulação de património digital para crianças desde o berçário.
Portugal: “Ulisses” entra em circulação
O Banco de Portugal anunciou a emissão de uma nova moeda de coleção com o valor facial de cinco euros. Intitulada “Ulisses”, a moeda entrou em circulação no passado dia 17 de julho. Conforme o comunicado da entidade emissora, esta nova moeda tem poder liberatório, embora a sua aceitação esteja restrita apenas ao território nacional.
O desenho da peça é profundamente simbólico, evocando a fundação mítica de Lisboa. No anverso, apresenta a figura de Ulisses amarrado ao mastro de uma embarcação, ladeado pelo escudo nacional e pelo valor facial, e rodeado por sete sereias com corpo de ave.
No reverso, Ulisses surge novamente, desta vez em posição de defesa, armado com arco e flecha. Ao centro, uma serpente descreve sete curvas com o seu corpo, numa alusão às sete colinas de Lisboa. A orla da moeda intercala a representação estilizada de ondas do mar com as legendas “Ulisses”, “Portugal”, “Casa da Moeda” e a identificação do autor.
Alemanha: O fenómeno dos “Kinderdepots”
Enquanto Portugal valoriza a moeda física, na Alemanha vive-se um “hype” em torno dos “Kinderdepots”, ou contas de investimento para crianças. Muitos pais procuram começar a construir o património dos seus filhos o mais cedo possível. As “neocorretoras” (neobrokers), como a Trade Republic ou a Scalable Capital, estão a lançar produtos específicos para responder a esta procura.
O plano de poupança de Theodor
O caso de Theodor, um bebé de quatro meses de Berlim, exemplifica esta tendência. Theodor ainda não tem dentes, mas já possui uma conta de investimento (depot). Os seus pais, Nora e Dominik Bath, transferem mensalmente 100 euros para uma conta na corretora online Comdirect.
Poucas semanas após o nascimento, o jovem casal estabeleceu dois planos de poupança em ETF (fundos de índice) para o filho, incluindo um que replica o conhecido índice mundial MSCI World. Além disso, Theodor já é acionista da empresa de bens de consumo Procter & Gamble (fabricante das fraldas Pampers).
“Era importante para nós apoiá-lo na construção de património o mais cedo possível”, afirma Dominik Bath. Esta tendência é alimentada pela perspetiva de que, a longo prazo, um investimento mensal de 100 euros possa transformar-se em mais de 40.000 euros, assegurando o futuro financeiro da criança.
Wall Street Atinge Novos Máximos Históricos e S&P Global Anuncia Índice para Metais de Baterias
Num dia de grande dinamismo para os mercados financeiros, as bolsas de Nova Iorque encerraram com ganhos expressivos, levando os índices S&P 500 e Dow Jones a quebrar novos recordes. Paralelamente, a S&P Global Commodity Insights anunciou uma iniciativa estratégica para o setor dos veículos elétricos, com o lançamento de um novo índice global focado nos metais essenciais para baterias.
Recordes no S&P 500 e Dow Jones Impulsionam Mercados
A sessão desta terça-feira foi marcada pelo otimismo em Wall Street. O índice de referência S&P 500 registou uma subida de 0,71%, alcançando os 5.792,04 pontos, um novo máximo histórico. O índice industrial Dow Jones acompanhou a tendência e valorizou 1,03%, fechando nos 42.512 pontos, também um valor recorde. Por sua vez, o tecnológico Nasdaq avançou 0,6%, para os 18.291,62 pontos, consolidando o sentimento positivo geral.
Gigantes Tecnológicas em Foco e Incerteza na Fed
O comportamento dos investidores foi influenciado por vários fatores. No plano empresarial, as atenções estiveram centradas na Alphabet, a empresa-mãe da Google, que recuou 1,59%. A queda surge após o Departamento de Justiça dos EUA ter tornado público que pondera exigir a separação de alguns negócios da Google para combater práticas de monopólio. Em sentido contrário, outras gigantes tecnológicas tiveram um dia positivo, com a Amazon a ganhar 1,34% e a Apple a valorizar 1,67%. Os investidores analisaram também as atas da última reunião da Reserva Federal (Fed), que revelaram uma divisão de opiniões entre os governadores sobre a magnitude de futuros cortes nas taxas de juro, um fator que continua a gerar alguma incerteza.
S&P Global Anuncia Índice Estratégico para Metais de Baterias
Reforçando a sua aposta em setores de futuro, a Platts, uma divisão da S&P Global Commodity Insights, anunciou o lançamento do Platts Global Battery Metals Index (PGBMI), com início a 1 de outubro de 2025. Este novo índice tem como objetivo representar um preço global para os principais metais utilizados no fabrico de baterias para veículos elétricos, fornecendo uma referência crucial para uma indústria em rápida expansão.
Uma Cesta Ponderada para Refletir a Realidade do Mercado
O novo índice será calculado diariamente em dólares por tonelada métrica ($/mt) e basear-se-á numa média ponderada de várias matérias-primas essenciais. A composição reflete o peso proporcional de cada material no fabrico de uma bateria do tipo NMC811, um padrão comum no setor automóvel.
A estrutura de ponderação do índice é a seguinte:
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Sulfato de Níquel: 62,55%
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Sulfato de Manganês: 15,11%
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Sulfato de Cobalto: 12,51%
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Espodumena de Lítio (6,0% Li₂O): 4,915%
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Hidróxido de Lítio: 4,915%
A metodologia assume um peso igual para as duas formas de lítio e inclui ajustes no preço da espodumena para refletir os custos de frete, conversão e processamento. A S&P Global reavaliará a composição do índice pelo menos uma vez por ano para garantir que este se mantém alinhado com as evoluções do mercado.
Ouro: Análise Técnica Aponta para Recuperação e Incerteza
O preço do ouro demonstra sinais mistos nos mercados, com uma recuperação notável nos contratos de futuros, enquanto a análise técnica do mercado à vista (spot) sugere um potencial agravamento das condições. Os investidores mantêm-se atentos aos níveis de suporte críticos que poderão ditar a trajetória do metal precioso a curto prazo.
Recuperação Matinal dos Contratos de Futuros
Na manhã de hoje, o contrato de futuros do ouro com vencimento em dezembro de 2025 registou uma recuperação, encontrando um importante suporte na zona dos 3.360-3.370 dólares. Este nível conseguiu travar o movimento de correção que se seguiu à atualização dos máximos históricos no passado dia 8 de agosto. Apesar desta reação positiva, o cenário técnico geral permanece construtivo, embora uma eventual quebra deste suporte pudesse introduzir um primeiro sinal de fragilidade na tendência de alta.
Análise Técnica e Sinais de Alerta
Apesar da recuperação, vários indicadores técnicos começam a apontar para uma possível inversão. Os indicadores de tendência já se encontram em posição de venda (“short”), enquanto o indicador Estocástico atingiu a zona de sobrevenda, sinalizando que a pressão vendedora pode estar a esgotar-se. Adicionalmente, o RSI (Índice de Força Relativa) aproxima-se perigosamente da linha dos 50 pontos, cuja quebra reforçaria o sentimento negativo. No mercado à vista, o fecho de ontem, 17 de agosto, foi praticamente neutro (-0,03%), mas o panorama técnico geral mostra sinais de deterioração.
Perspetivas e Níveis-Chave a Vigiar
Para as próximas sessões, a perspetiva é de cautela. Um sinal claro de inversão de tendência apenas ocorreria com uma quebra consolidada do suporte fundamental entre os 3.260 e os 3.270 dólares. No que toca a movimentos de alta, a primeira área de resistência para o mercado à vista situa-se nos 3.348,3 dólares. A análise sugere que, caso a pressão vendedora se intensifique, poderemos assistir a um novo impulso de baixa, com um alvo provável em torno dos 3.322,5 dólares. A área de suporte imediato a ter em conta fixa-se nos 3.328,9 dólares.
Samsung e LG Reforçam Benefícios para Clientes com Novo Programa de Reembolso para Eletrodomésticos Eficientes
Com o arranque do programa governamental de reembolso para eletrodomésticos de alta eficiência, gigantes da eletrónica como a Samsung e a LG intensificam a competição, lançando uma série de benefícios e serviços de apoio ao cliente para atrair os consumidores.
O Incentivo Governamental à Eficiência Energética
O “Programa de Reembolso para Eletrodomésticos de Elevada Eficiência” é uma iniciativa governamental concebida para incentivar a compra de produtos com a mais alta classificação de eficiência energética. Ao abrigo deste programa, os consumidores podem receber um reembolso de 10% do valor da compra, uma medida que visa não só aliviar o encargo financeiro das famílias, mas também promover a poupança de energia a nível nacional. As candidaturas ao reembolso podem ser submetidas através de uma página online dedicada desde o dia 13, com os pagamentos a serem processados sequencialmente a partir do dia 20.
A Estratégia da Samsung: Apoio ao Cliente e Vantagens Adicionais
Em resposta a esta iniciativa, a Samsung Electronics procura diferenciar-se através de um robusto sistema de apoio ao cliente e de vantagens financeiras adicionais. Para além do reembolso governamental, a empresa oferece um desconto suplementar de até 10% na compra de eletrodomésticos eficientes, tanto nas suas lojas físicas (Samsung Store) como na plataforma online Samsung.com.
Consciente de que o processo de candidatura ao reembolso pode ser complexo para alguns consumidores, a Samsung implementou um serviço de consultoria personalizada e individual em todas as suas lojas. Os clientes podem receber assistência em todas as etapas do processo: desde a verificação da elegibilidade dos produtos, passando pela ajuda para fotografar corretamente as etiquetas de eficiência energética e as placas de identificação dos aparelhos, até à preparação dos documentos necessários e ao preenchimento do formulário online. Adicionalmente, o portal Samsung.com oferece um “Serviço de Emissão Simplificada de Documentos”, que permite aos utilizadores obter facilmente os recibos de compra e as faturas detalhadas exigidas para a candidatura.
A Resposta da LG: Campanhas e Descontos Agressivos
A LG Electronics também entrou na corrida com uma oferta diversificada de promoções para maximizar os benefícios para os seus clientes. Nas lojas LG Best Shop, está a decorrer a campanha “LG Best Week” até ao dia 18, que disponibiliza um pacote de cupões com descontos que podem chegar a 1,1 milhões de wons ou a acumulação de pontos de fidelização na compra de 18 categorias de produtos, incluindo aparelhos de ar condicionado e frigoríficos.
Através do “E-circulation Festival”, os clientes que comprarem ou subscreverem modelos com certificação de excelência ecológica recebem um reembolso de 10% do valor do produto (até um máximo de 50.000 wons por artigo), creditado em pontos Naver Pay ou KakaoPay. Na loja online da marca, a LG oferece ainda cupões de desconto de até 500.000 wons na aquisição de eletrodomésticos de alta eficiência, reforçando a sua posição competitiva no mercado.
IRS Jovem passa a abranger até 35 anos e primeiros 10 anos de carreira
O Governo vai avançar com uma alteração significativa ao regime do IRS Jovem, alargando a sua aplicação até aos 35 anos e removendo o critério de escolaridade. A medida permitirá que os jovens beneficiem de reduções no imposto durante os primeiros 10 anos de atividade profissional, independentemente do seu percurso académico.
De acordo com a proposta incluída no Orçamento do Estado para 2025, a isenção será total no primeiro ano de trabalho. Nos anos seguintes, o desconto será progressivamente reduzido: 75% entre o segundo e o quarto ano, 50% do quinto ao sétimo ano e 25% do oitavo ao décimo ano.
Esta solução surge como um compromisso entre a proposta inicial do Governo, que defendia isenções durante 13 anos de carreira, e a contraproposta do Partido Socialista, que sugeria reduções apenas nos primeiros sete anos.
O novo modelo do IRS Jovem representa um esforço orçamental relevante. Enquanto a versão anterior implicava um custo de cerca de 250 milhões de euros para o Estado, o alargamento agora proposto terá um impacto estimado de 525 milhões de euros.
Para beneficiar desta medida, haverá um limite de rendimento correspondente a 55 vezes o Indexante dos Apoios Sociais (IAS), ou seja, cerca de 28 mil euros anuais de rendimento coletável. Este valor enquadra-se até ao sexto escalão de rendimentos.
Com esta alteração, o Governo pretende incentivar a permanência dos jovens no mercado de trabalho, aumentar o rendimento disponível nas fases iniciais da carreira e reforçar a atratividade fiscal para quem inicia atividade profissional em Portugal.
IRS Jovem: Novo modelo traz benefícios fiscais significativos para jovens até aos 35 anos
O novo regime do IRS Jovem, que entra em vigor em 2025, representa uma mudança estrutural nos apoios fiscais dirigidos à população jovem em Portugal. Ao contrário da versão anterior, este modelo deixa de exigir como critério a conclusão do ensino superior ou secundário, abrangendo agora todos os jovens até aos 35 anos de idade ou com um máximo de 10 anos de carreira contributiva.
Segundo simulações realizadas pela EY, esta alteração poderá traduzir-se num alívio fiscal significativo, sobretudo para os jovens que já estão no mercado de trabalho há mais de cinco anos e que, até agora, não beneficiavam do modelo anterior criado pelos Governos do Partido Socialista. Em alguns casos, a poupança anual pode mesmo ultrapassar o equivalente a um 15.º mês de salário.
Por exemplo, um jovem que aufira 1.000 euros brutos mensais e que já trabalha há seis anos poderá ter uma redução no IRS de 950 euros por ano, o que representa cerca de 68 euros por mês. Já um jovem com um salário de 1.500 euros mensais, na mesma situação, pode poupar até 1.710 euros por ano – cerca de 122 euros mensais.
Para os que iniciarem a sua vida profissional em 2025, o impacto será ainda mais expressivo. Um jovem com um salário mensal de 1.000 euros terá uma isenção total de IRS no primeiro ano, poupando mais de mil euros. No caso de um salário de 1.500 euros, o desconto ascende a 2.462 euros. E, para quem começar com um rendimento de 2.000 euros, o alívio fiscal ultrapassará os quatro mil euros anuais, o que equivale a cerca de 288 euros por mês.
O novo regime prevê uma isenção total no primeiro ano de trabalho. Essa isenção será reduzida de forma progressiva: 75% no segundo ao quarto ano, 50% do quinto ao sétimo ano e 25% do oitavo ao décimo ano. Este escalonamento visa distribuir os benefícios ao longo de uma década de carreira.
Existe, no entanto, um limite definido: os rendimentos coletáveis isentos de imposto não podem ultrapassar os 55 Indexantes dos Apoios Sociais (IAS), o que corresponde atualmente a cerca de 28 mil euros anuais, abrangendo até ao sexto escalão do IRS.
O acesso ao benefício inicia-se com a entrega da primeira declaração de rendimentos em nome próprio, sem estar como dependente dos pais. Caso essa declaração seja submetida apenas em 2026, o benefício será aplicado retroativamente através de acertos anuais.
A medida resulta de um compromisso entre o Governo e o PS. A proposta inicial do Executivo previa isenções nos primeiros 13 anos de trabalho, enquanto o PS defendia um período mais curto, de sete anos. O acordo final fixou-se nos 10 anos, permitindo um equilíbrio entre apoio fiscal e sustentabilidade orçamental.
Com este novo modelo, o IRS Jovem torna-se uma ferramenta mais abrangente e relevante para apoiar os jovens trabalhadores portugueses, proporcionando-lhes um estímulo concreto à entrada e permanência no mercado de trabalho, independentemente da sua formação académica.
Petróleo afunda mais de 6% devido às tarifas de Trump e ao aumento acelerado da produção da OPEP+
Os preços do petróleo registaram uma queda acentuada esta quinta-feira, pressionados por dois acontecimentos de grande impacto: a decisão do grupo OPEP+ de acelerar o aumento da produção de petróleo já em maio e o anúncio de novas tarifas comerciais abrangentes por parte do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na quarta-feira.
Por volta das 13h05 GMT, os futuros do Brent recuavam 4,93 dólares, ou 6,58%, situando-se nos 70,02 dólares por barril. Já os contratos do crude West Texas Intermediate (WTI), de referência nos Estados Unidos, caíam 5,07 dólares, ou 7,07%, sendo negociados a 66,64 dólares por barril.
Na reunião ministerial realizada esta quinta-feira, oito países membros da OPEP+ concordaram em antecipar os planos de aumento da produção. Em vez dos 135.000 barris por dia (bpd) inicialmente previstos para maio, o grupo decidiu colocar no mercado 411.000 bpd, numa tentativa de responder às dinâmicas atuais da procura e oferta.
“Primeiro vieram os receios de recessão e de queda na procura, impulsionados pela ofensiva tarifária de Trump, e agora junta-se a perspetiva de um aumento na oferta por parte da OPEP+. Como resultado, o crude sofreu um colapso em dois dias, anulando mais de metade dos ganhos do mês passado”, comentou Ole Hansen, analista do Saxo Bank. “A menos que sanções diretas ou tarifas secundárias retirem barris do mercado, os investidores voltarão a focar-se no risco de excesso de oferta e consequente pressão nos preços.”
Antes mesmo da reunião da OPEP+, os mercados já reagiam negativamente às tarifas anunciadas por Trump, com o preço do petróleo a cair cerca de 4%. Investidores receiam que estas medidas comerciais venham a desencadear uma guerra comercial de grandes proporções, afetando o crescimento económico global e reduzindo a procura por combustíveis.
Na quarta-feira, Trump revelou a aplicação de tarifas mínimas de 10% sobre a maioria dos bens importados para os Estados Unidos — o maior consumidor mundial de petróleo — com taxas significativamente mais altas sobre produtos oriundos de dezenas de países. No entanto, segundo a Casa Branca, as importações de petróleo, gás e produtos refinados ficarão isentas destas novas tarifas.
Face a este cenário, os analistas do UBS decidiram rever em baixa as suas previsões para o preço do petróleo nos anos de 2025 e 2026, reduzindo as estimativas em três dólares por barril, para os 72 dólares.
Com o ambiente global a tornar-se cada vez mais volátil, analistas e operadores antecipam fortes oscilações nos preços do petróleo a curto prazo. A incerteza prende-se com a possibilidade de alguns países tentarem negociar tarifas mais baixas ou imporem medidas retaliatórias. “As contramedidas são iminentes e, a julgar pela reação inicial do mercado, a recessão e a estagflação tornaram-se possibilidades assustadoras”, afirmou Tamas Varga, analista da PVM.
“Como as tarifas são, em última instância, pagas pelos consumidores e empresas nacionais, o seu custo acabará por aumentar, limitando o crescimento da riqueza económica”, acrescentou.
A contribuir ainda mais para o pessimismo dos mercados, os dados divulgados na quarta-feira pela Administração de Informação sobre Energia dos EUA mostraram que os inventários de crude nos Estados Unidos aumentaram inesperadamente em 6,2 milhões de barris na última semana. Este número contrasta fortemente com as previsões dos analistas, que apontavam para uma redução de 2,1 milhões de barris.
Num contexto de elevada incerteza económica e sinais contraditórios entre oferta e procura, os preços do petróleo enfrentam agora um período de grandes desafios e instabilidade, com os investidores atentos a novos desdobramentos nas frentes geopolítica e económica.
Novo Smart #3 estreia-se em Portugal no início de 2025 com preços já anunciados
O novo Smart #3 já tem chegada marcada ao mercado português para o início de 2025, sendo esperado nos concessionários nacionais logo nos primeiros meses do ano. A gama será composta por quatro versões principais — Pro, Pro+, Premium e Brabus — às quais se junta uma edição especial comemorativa dos 25 anos da marca.
Design mais ousado e atlético
Com uma estética marcadamente desportiva, o Smart #3 apresenta um design musculado, destacando-se pela frente em formato “nariz de tubarão” e pelas linhas fluídas e robustas da carroçaria. A grelha inferior de grandes dimensões e os faróis LED finos conferem-lhe um visual arrojado e moderno, complementado por detalhes em estilo pixelizado nas luzes traseiras.
As jantes em liga leve de 19 polegadas fazem parte do equipamento de série, com a versão mais desportiva Brabus a subir a fasquia para 20 polegadas, reforçando a sua vocação atlética.
Interior sofisticado e tecnológico
O habitáculo aposta num ambiente luminoso, graças ao tejadilho panorâmico com design em forma de halo, que amplia a sensação de espaço e luz natural a bordo. No posto de condução, destaca-se o painel de instrumentos digital de 9,2 polegadas, acompanhado por um ecrã multimédia táctil de 12,8 polegadas, com gráficos em 3D e funcionalidades avançadas.
Uma das novidades é o assistente virtual inteligente integrado no sistema de infoentretenimento. Ao contrário do Smart #1, onde a mascote era uma raposa, o #3 apresenta agora uma chita, representando melhor a velocidade e dinamismo do modelo totalmente eléctrico.
O Smart #3 inclui ainda um conjunto abrangente de tecnologias de apoio à condução, como o assistente de manutenção na faixa de rodagem, sistema de ajuda ao estacionamento e o assistente de condução em auto-estrada.
Potência eléctrica e autonomia
No que toca à motorização, o Smart #3 mantém as mesmas opções do seu antecessor, o Smart #1. As versões Pro, Pro+, e Premium contam com um motor traseiro de 200 kW (272 cv) e 343 Nm de binário, garantindo prestações dinâmicas e eficientes.
A versão Brabus, no entanto, eleva significativamente a potência, com dois motores que asseguram tracção integral e um total de 315 kW (428 cv) e 543 Nm, oferecendo uma experiência de condução ainda mais entusiasmante.
A gama está equipada com uma bateria de 66 kWh, que proporciona uma autonomia entre 435 e 455 quilómetros, dependendo da versão. A variante Brabus, devido à maior potência, oferece uma autonomia ligeiramente inferior, de 415 quilómetros.
A versão de entrada Pro distingue-se por utilizar uma bateria mais compacta de 49 kWh, permitindo percorrer até 330 quilómetros com uma única carga.
Preços revelados gradualmente
Apesar de ainda não terem sido revelados os preços para todas as versões, a Smart Portugal anunciou já os valores para duas das opções. A versão Pro+ estará disponível a partir dos 42.950 euros, enquanto o topo de gama Brabus terá um preço inicial de 50.450 euros.
A marca optou por uma estratégia de divulgação faseada, pelo que é esperado que os restantes preços sejam conhecidos nas próximas semanas, à medida que se aproxima o lançamento oficial.
Com este novo modelo, a Smart aposta forte no mercado dos eléctricos compactos e desportivos, oferecendo uma proposta moderna, tecnológica e adaptada aos desafios da mobilidade sustentável.
Dacia Sandero: nova geração já disponível a partir de 8 600 euros
A nova geração do Dacia Sandero e do Sandero Stepway já chegou ao mercado nacional, com um preço base de 8 600 euros. O modelo apresenta melhorias significativas face à versão anterior, lançada em 2013, destacando-se por um design renovado e um habitáculo mais moderno e próximo da identidade visual do Duster.
Design exterior e interior aprimorado
A evolução estética é evidente, com destaque para a dianteira redesenhada, onde sobressaem os faróis de nevoeiro e a nova assinatura luminosa da Dacia. Os faróis diurnos em LED incorporam quatro blocos retangulares, um estilo que também se estende às luzes traseiras.
O Sandero Stepway, por sua vez, reforça a sua identidade SUV com uma altura ao solo aumentada, proteções dianteiras e traseiras cromadas, plásticos de proteção lateral, saída de escape cromada e barras de tejadilho funcionais. Estas características tornam-no mais robusto e preparado para enfrentar diferentes tipos de terrenos.
No interior, o habitáculo também recebeu melhorias significativas. O novo design do volante e das saídas de ar no tabliê conferem um ar mais moderno. No entanto, um dos grandes trunfos do modelo continua a ser o espaço interior, especialmente para os passageiros do banco traseiro, garantindo um elevado nível de conforto.
Maior funcionalidade e novas soluções de arrumação
A Dacia introduziu novas soluções de arrumação para aumentar a funcionalidade do Sandero. Entre as novidades, destaca-se um compartimento para o telemóvel, um porta-objetos na lateral da consola e um suporte para garrafas na consola central. Além disso, os passageiros do banco traseiro passam a contar com uma tomada de 12V para maior conveniência.
Motorizações disponíveis
A gama de motorizações oferece opções para diferentes perfis de condutores. O destaque vai para o novo motor a gasolina SCe 75, um bloco atmosférico de três cilindros e 1,0 litro, que debita 75 cv de potência e 97 Nm de binário máximo. Esta versão é a mais acessível da gama, com um preço inicial de 8 600 euros.
Além desta opção, a marca disponibiliza outras variantes, incluindo o motor TCe 90 a gasolina com sistema Start & Stop, uma versão GPL (TCe 90 Bi-Fuel S&S) e um bloco diesel dCi 90 S&S. As versões a diesel podem ser associadas a uma caixa manual ou a uma transmissão pilotada Easy-R, proporcionando mais flexibilidade na condução.
Preços e versões
Gasolina
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SCe 75 Pack: 8 600 €
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TCe 90 Confort: 10 950 €
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TCe 90 Stepway: 12 950 €
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TCe 90 SL Explorer: 13 100 €
GPL
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TCe 90 Bi-Fuel Confort: 11 650 €
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TCe 90 Bi-Fuel Stepway: 13 650 €
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TCe 90 Bi-Fuel SL Explorer: 13 800 €
Diesel
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dCi 90 Confort: 14 450 €
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dCi 90 Stepway: 16 450 €
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dCi 90 SL Explorer: 16 600 €
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dCi 90 Easy-R Stepway: 16 950 €
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dCi 90 Easy-R SL Explorer: 17 100 €
Com um preço competitivo e melhorias evidentes em design, conforto e tecnologia, o novo Dacia Sandero reforça a sua posição como uma das opções mais acessíveis no segmento dos compactos.