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Alemães Mostram Reticências com os Carros Elétricos – Mas o Cenário Pode Mudar em Breve

Apenas 4% dos alemães decidiram trocar os seus veículos a combustão por carros elétricos, de acordo com novos dados. No entanto, o elevado custo não é o único motivo por trás desta hesitação. Este ano poderá trazer mudanças significativas para o mercado de veículos elétricos.

Enquanto a Autoridade Federal de Transportes Motorizados (Kraftfahrt-Bundesamt, KBA) apresenta estatísticas gerais, as seguradoras oferecem informações mais detalhadas sobre os veículos particulares. Estes dados revelam que o crescimento da mobilidade elétrica tem sido mais acentuado nas frotas empresariais e nos carros de empresa.

Já os condutores particulares mostram-se mais reticentes do que os clientes empresariais. Apenas 3% dos veículos segurados pela HUK-COBURG são elétricos, e o crescimento deste segmento quase estagnou no final de 2024.

Razões para o Declínio do Mercado de Carros Elétricos

Em 2023, o mercado de carros elétricos enfrentou vários desafios, originando intensos debates sobre as razões para esta queda. Entre os principais fatores identificados estão o fim abrupto dos subsídios estatais, os preços elevados dos veículos e a limitada oferta de modelos disponíveis.

Contudo, outro motivo relevante é a falta de experiência com carros elétricos. Uma pesquisa realizada pela YouGov, em parceria com a HUK-COBURG, mostrou que os condutores que já experimentaram um carro elétrico tendem a ter uma visão mais positiva. “A aceitação e a disseminação dos carros elétricos parecem depender diretamente da experiência pessoal”, afirmou Jörg Rheinländer, membro do conselho da HUK-COBURG.

Experiência Pessoal Transforma Percepções

Segundo o estudo, 68% dos condutores alemães nunca conduziram um carro elétrico, enquanto 30% já o fizeram (os restantes não responderam). Esta diferença reflecte-se nas opiniões sobre os veículos elétricos. Entre os que nunca os conduziram, 52% consideram-nos “menos bons” ou “nada bons”. Já entre aqueles que já tiveram essa experiência, 53% avaliam-nos como “muito bons” ou “bons”. A aprovação sobe para 82% entre os proprietários de veículos elétricos.

A pesquisa, realizada no último trimestre de 2024, contou com a participação de 4.131 pessoas. Apesar do pessimismo que marcou 2023, a intenção de compra de veículos elétricos subiu consideravelmente no final de 2024. Segundo a YouGov, 19% dos inquiridos afirmaram que considerariam adquirir exclusivamente um carro elétrico no futuro, igualando os níveis de 2022 e superando os 17% registados em 2023.

Diferenças Regionais e Potencial de Crescimento

A adesão aos carros elétricos varia significativamente entre as diferentes regiões da Alemanha. Leipzig, Bremen e Dresden registaram as taxas mais baixas, com Dresden a apresentar apenas 2,5% e Frankfurt a alcançar 4%. Contudo, estas percentagens representam grupos reduzidos de condutores que abandonaram os veículos a combustão.

Por outro lado, o distrito de Starnberg destacou-se positivamente. Lá, 8% dos segurados pela HUK-COBURG trocaram os veículos a combustão por elétricos. Especialistas explicam este dado com factores regionais, como a predominância de casas unifamiliares, que permitem a instalação de estações de carregamento privadas, e o elevado nível de rendimento da região, uma das mais ricas do país.

Com estas condições favoráveis, espera-se que a aceitação dos veículos elétricos cresça noutras regiões, especialmente com o desenvolvimento das infraestruturas de carregamento e o aumento da diversidade de modelos no mercado. O ano de 2025 poderá ser um ponto de viragem importante na mobilidade elétrica na Alemanha.

Empresas

IRS Jovem estendido até aos primeiros 10 anos de trabalho ou até aos 35 anos

O Governo de Portugal anunciou uma proposta que alarga o benefício fiscal do IRS Jovem, permitindo que os jovens trabalhadores tenham acesso a reduções no imposto de rendimento durante os seus primeiros 10 anos de trabalho, independentemente do nível de escolaridade, e estendendo a medida até aos 35 anos de idade.

De acordo com a proposta incluída no Orçamento do Estado para 2025, o IRS Jovem será completamente isento no primeiro ano de trabalho. A partir daí, a isenção será progressiva: 75% de redução entre o 2.º e o 4.º ano, 50% entre o 5.º e o 7.º ano, e 25% entre o 8.º e o 10.º ano de trabalho. Este modelo representa um compromisso entre a proposta inicial do Governo, que previa benefícios fiscais para os primeiros 13 anos de trabalho, e a contraproposta do Partido Socialista, que defendia reduções apenas para os primeiros sete anos.

Impacto financeiro do novo modelo

O modelo atual do IRS Jovem, que abrange os primeiros cinco anos de trabalho, tem um impacto de 250 milhões de euros no Orçamento do Estado para 2025. Já a proposta alargada, caso aprovada, terá um custo estimado de 525 milhões de euros. Esta diferença reflete o aumento do período de isenção e o consequente alívio fiscal para os jovens trabalhadores.

A medida terá, no entanto, um limite de aplicação. Apenas trabalhadores com rendimentos anuais coletáveis de até 28 mil euros, o equivalente a 55 Indexantes de Apoios Sociais (IAS) e ao 6.º escalão de rendimento, poderão beneficiar das reduções.

Alterações significativas

Uma das principais mudanças na proposta é a eliminação do critério de escolaridade, que anteriormente restringia o acesso ao IRS Jovem a jovens com formação académica específica. Esta alteração torna o benefício acessível a um público mais amplo, promovendo maior equidade no sistema fiscal e incentivando a entrada de jovens no mercado de trabalho, independentemente do seu percurso educacional.

Atualmente, o IRS Jovem oferece isenção total ou parcial de imposto apenas nos primeiros cinco anos de trabalho, com limites de rendimento que diminuem ao longo do tempo. Com a nova proposta, o horizonte do benefício será ampliado, oferecendo um incentivo fiscal mais duradouro e significativo para esta faixa etária.

A medida deverá ser discutida e votada no âmbito do Orçamento do Estado para 2025, com impacto direto na renda disponível dos jovens trabalhadores e no estímulo à sua inserção e permanência no mercado de trabalho.