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HSBC Retira-se do Negócio de Cartões de Crédito na China Após Dificuldades de Expansão

O HSBC, um dos maiores bancos globais com enfoque na Ásia, está a abandonar o seu negócio de cartões de crédito na China, apenas oito anos após o lançamento deste serviço. Fontes próximas ao assunto indicam que a decisão foi impulsionada pelas dificuldades em tornar esta operação lucrativa no segundo maior mercado mundial, além de enfrentar desafios regulatórios e uma concorrência feroz.

Encerramento Após Tentativas Frustradas de Venda

De acordo com três fontes com conhecimento directo do processo, o banco suspendeu a emissão de novos cartões e está a trabalhar no encerramento gradual do serviço oferecido à maior parte dos clientes locais na China continental. Duas destas fontes confirmaram que o encerramento foi precedido por tentativas falhadas de vender esta unidade de negócios.

Embora os planos ainda estejam a ser finalizados, uma das fontes afirmou que o HSBC poderá manter os cartões de crédito disponíveis apenas para um pequeno segmento de clientes “premium”. Por outro lado, clientes que utilizam apenas os cartões de crédito, sem aceder a outros serviços bancários do HSBC, não poderão renovar os seus cartões após o prazo de validade expirar. Este grupo representa uma fatia significativa dos utilizadores do banco na China.

Dificuldades no Crescimento no Mercado Chinês

Esta decisão, que ainda não foi oficialmente anunciada, sublinha os desafios enfrentados pelo HSBC na expansão da sua presença na China. Apesar do compromisso estratégico do banco em reforçar as suas operações na Ásia, a expansão no mercado chinês revelou-se particularmente complexa. “Continuamos a oferecer serviços de cartões de crédito focados em viagens internacionais e benefícios exclusivos de estilo de vida como parte dos nossos serviços Premier e de Private Banking na China continental”, declarou um porta-voz do banco, sem fornecer mais detalhes.

A retirada do negócio representa uma mudança na estratégia inicial do HSBC, que lançou os cartões de crédito na China em 2016 como parte de uma iniciativa para expandir os serviços de banca de retalho e gestão de fortunas na região. No pico, em Setembro de 2019, o banco contava com cerca de um milhão de utilizadores de cartões de crédito na China. Contudo, o crescimento estagnou durante a pandemia de COVID-19, quando os rígidos confinamentos no país prejudicaram as transacções.

Queda no Mercado de Cartões e Competição Intensa

O mercado chinês de cartões de crédito, que atingiu um máximo de 800 milhões de cartões emitidos em 2021, caiu para 767 milhões em 2023, de acordo com dados da Insight & Info Consulting. Paralelamente, os consumidores chineses têm restringido os seus gastos, face ao abrandamento económico, o que contrai ainda mais o mercado.

Além das mudanças no comportamento dos consumidores, o HSBC enfrentou desafios únicos no mercado chinês, como regulamentações rigorosas sobre taxas de juro e gestão de incumprimentos, elevados custos de aquisição de clientes e riscos de fraude. As plataformas digitais chinesas, que oferecem empréstimos ao consumidor a custos significativamente mais baixos, também se tornaram concorrentes difíceis para os bancos estrangeiros.

Actualmente, apenas um pequeno número de bancos estrangeiros, como o Standard Chartered e o Bank of East Asia, ainda oferece serviços de cartões de crédito na China.

Reavaliação Estratégica no País

O HSBC está também a rever os custos e os controlos operacionais da sua unidade de gestão de fortunas digitais na China, conhecida como Pinnacle, numa medida que pode resultar em despedimentos. Apesar de o grupo obter grande parte das suas receitas na região da Grande China, que inclui Hong Kong e Taiwan, a China continental é o único mercado global onde a unidade de banca de retalho e gestão de fortunas ainda não é lucrativa.

Com esta retirada, o HSBC parece procurar concentrar-se em áreas mais rentáveis e abordar de forma mais estratégica os desafios que o mercado chinês impõe.

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Euribor: Taxas a três meses descem, enquanto as de seis e 12 meses sobem

As taxas Euribor continuam a apresentar oscilações significativas, com movimentos distintos nos prazos de três, seis e 12 meses. Este comportamento reflete as dinâmicas atuais do mercado interbancário europeu.

Alterações diárias nas taxas Euribor

Hoje, a taxa Euribor a três meses registou uma descida, fixando-se em 3,265%, uma redução de 0,003 pontos percentuais. Apesar deste decréscimo, a taxa mantém-se superior às de seis e 12 meses, que apresentaram um movimento ascendente.

A taxa Euribor a seis meses, que desde janeiro é a mais utilizada em Portugal para créditos à habitação com taxa variável, subiu ligeiramente para 3,058%, com um aumento de 0,010 pontos percentuais. Este indicador tem sido relevante no mercado português, representando cerca de 37,6% do total de empréstimos para habitação própria permanente com taxa variável, de acordo com os dados do Banco de Portugal referentes a agosto.

Por sua vez, a Euribor a 12 meses avançou para 2,798%, um acréscimo mais significativo de 0,086 pontos percentuais em relação ao valor registado na segunda-feira. Esta taxa, que chegou a ultrapassar os 4% em períodos recentes, volta a mostrar sinais de recuperação.

Médias mensais revelam tendência de descida

No mês de setembro, as médias das taxas Euribor desceram em todos os prazos, embora de forma menos acentuada do que em agosto. A taxa a três meses teve uma média de 3,434%, representando uma descida de 0,114 pontos percentuais face a agosto. No prazo de seis meses, a média situou-se em 3,258%, com uma redução de 0,167 pontos percentuais, enquanto a taxa a 12 meses registou uma média de 2,936%, uma queda de 0,230 pontos percentuais.

Impacto das decisões do BCE e da Reserva Federal

As oscilações nas taxas Euribor estão diretamente relacionadas com as decisões de política monetária do Banco Central Europeu (BCE). Na última reunião, realizada em 12 de setembro, o BCE reduziu a sua principal taxa diretora em 25 pontos base, situando-a nos 3,5%. Esta decisão sucedeu um período de estabilidade desde 18 de julho, após uma série de 10 aumentos consecutivos desde julho de 2022.

Nos Estados Unidos, a Reserva Federal (Fed) também tomou medidas significativas, reduzindo as taxas de juro em 50 pontos base no dia 18 de setembro, marcando a primeira descida desde 2020.

Próxima reunião do BCE

A próxima reunião de política monetária do BCE está agendada para 17 de outubro, na Eslovénia. As decisões tomadas poderão trazer novos ajustes às taxas Euribor, que continuam a desempenhar um papel crucial no mercado interbancário da zona euro.

Como são calculadas as taxas Euribor?

As taxas Euribor são definidas com base na média das taxas de juro às quais 19 bancos da zona euro estão dispostos a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário. Estas taxas são um indicador essencial para diversos tipos de contratos financeiros, especialmente créditos à habitação com taxa variável.

Com as alterações recentes e o impacto das decisões dos principais bancos centrais, as Euribor continuam a ser um barómetro fundamental para o panorama económico europeu.

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Aumento nos Preços dos Combustíveis Previsto para a Próxima Semana

A partir da próxima segunda-feira, os consumidores portugueses devem se preparar para um aumento nos preços dos combustíveis. Tanto a gasolina quanto o gasóleo estão previstos para subir cerca de 3 cêntimos por litro, segundo estimativas apresentadas pelo Automóvel Club de Portugal (ACP), que analisou dados de fontes da indústria.

O aumento é justificado por várias razões, incluindo as flutuações no mercado internacional de petróleo e as pressões inflacionárias que afetam a economia global. Esses fatores têm impacto direto nos custos de produção e transporte de combustíveis, que acabam por se refletir nos preços ao consumidor. Em Portugal, tal aumento pode pesar no orçamento de muitas famílias, sobretudo àquelas que dependem do automóvel para o dia a dia.

O ACP alerta, no entanto, que as previsões para o preço dos combustíveis ainda podem sofrer alterações até o início da semana, dependendo da evolução do mercado até lá. Os preços finais variam entre os postos de abastecimento e podem refletir também a margem de lucro de cada distribuidora, além das políticas locais de impostos sobre combustíveis.

A decisão de ajustar os preços reflete um panorama mais amplo, onde se observa um aumento constante na procura global por combustíveis, ao mesmo tempo que ocorrem restrições na oferta. Alguns especialistas apontam que a estabilidade do preço do petróleo está ameaçada pelas políticas de corte na produção, adotadas por países exportadores, o que pode manter a tendência de alta nas bombas de combustível.

Os condutores são aconselhados a monitorar os preços nos seus postos de abastecimento habituais, onde podem ocorrer pequenas variações, e a considerar alternativas para economizar combustível, como o uso de transportes públicos ou a partilha de viagens em deslocações diárias. A ACP reforça a importância de verificar o preço no próprio posto de abastecimento antes de encher o tanque, para evitar surpresas desagradáveis no momento do pagamento.

Além disso, a questão do aumento nos preços dos combustíveis reacende o debate sobre a necessidade de Portugal avançar com uma política energética que reduza a dependência de combustíveis fósseis. Muitos especialistas defendem um maior investimento em energias renováveis e em políticas de incentivo para veículos elétricos e híbridos, como forma de mitigar os impactos da volatilidade dos preços internacionais do petróleo.

Essas mudanças, no entanto, exigem planejamento a longo prazo e dependem de incentivos governamentais e do engajamento da sociedade. A transição energética é vista como um dos caminhos para garantir uma maior estabilidade nos custos energéticos e, ao mesmo tempo, contribuir para a redução das emissões de carbono, alinhando-se às metas climáticas da União Europeia.

Enquanto o país enfrenta mais uma onda de aumento nos combustíveis, o impacto econômico é sentido não apenas pelos consumidores individuais, mas também pelas empresas que dependem do transporte para suas operações diárias. Esse aumento poderá refletir-se nos preços dos produtos e serviços, criando uma cadeia de repercussões em diferentes setores da economia.

Apesar das previsões, ainda há esperança de que os preços se estabilizem nas próximas semanas, caso o mercado internacional reaja a favor dos consumidores. Até lá, muitos portugueses já consideram alternativas para minimizar o impacto desses aumentos, desde mudanças no uso do veículo até o planejamento de viagens de forma mais econômica.

A ACP seguirá monitorizando a situação e informará sobre quaisquer novas variações nos preços dos combustíveis, mantendo os consumidores atualizados sobre possíveis alterações

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Governo propõe aumento do salário mínimo para 860 euros em 2025

O Governo planeia apresentar uma proposta para aumentar o salário mínimo nacional para 860 euros a partir de 2025, com o objetivo de discutir esta medida com sindicatos e associações empresariais na próxima reunião de concertação social. Este novo valor representa um acréscimo de cinco euros em relação ao montante que já estava previamente estipulado no acordo de rendimentos.

A proposta será superior ao aumento anteriormente previsto, que situava o salário mínimo em 855 euros, o que representava um incremento de 35 euros em relação ao valor atual. No entanto, o Executivo pretende agora um aumento total de 40 euros, elevando o salário mínimo mensal para os 860 euros. Esta informação foi divulgada pelo jornal ECO antes de qualquer confirmação oficial.

Contactado pela SIC, o Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social recusou-se a comentar a proposta antes das negociações, preferindo manter as discussões no âmbito da concertação social, onde os detalhes serão debatidos com todas as partes envolvidas.

Reações dos patrões e sindicatos

Do lado empresarial, a Confederação Empresarial de Portugal (CIP) manifestou que a sua agenda não se limita apenas à questão do salário mínimo. Em declarações à SIC, o gabinete de Armindo Monteiro sublinhou que a CIP defende uma visão mais ampla para o país, que promova a transformação da economia através de investimentos que impulsionem a produtividade e competitividade. No ano passado, a CIP recusou assinar o acordo de rendimentos devido a questões de produtividade, reforçando a necessidade de implementar medidas que estimulem a produtividade para suportar futuros aumentos salariais.

Por outro lado, os sindicatos mostram-se mais ambiciosos em relação ao aumento. A CGTP exige um salário mínimo de 1000 euros já em 2025, enquanto a UGT considera que há margem para alcançar os 890 euros, argumentando que é possível ir além do valor proposto pelo Governo.

Decisão final cabe ao Governo

Por força da lei, o Governo é obrigado a consultar os parceiros sociais antes de implementar qualquer alteração no salário mínimo. No entanto, mesmo que não haja consenso entre os representantes empresariais e os sindicatos, o Executivo tem autonomia para tomar uma decisão final. O objetivo do Governo é aumentar gradualmente o salário mínimo até atingir os 1000 euros no final da legislatura atual.

Esta iniciativa faz parte dos esforços do Executivo para melhorar as condições de vida dos trabalhadores e promover um crescimento sustentável da economia portuguesa, apesar de o desfecho das negociações ainda ser incerto.

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Esperada Nova Redução das Taxas de Juro este Mês: Alívio para as Famílias Portuguesas

O Banco Central Europeu (BCE) poderá anunciar uma nova redução das taxas de juro na reunião de outubro, uma decisão que será bem-vinda pelas famílias portuguesas. A inflação abaixo do esperado e o risco de recessão na Europa são fatores que podem justificar esta medida, mesmo com o aumento da tensão no Médio Oriente.

O percurso das políticas monetárias do BCE tem sido turbulento, com vários momentos de incerteza e desafios inesperados. Após meses com as taxas de juro em níveis elevados, o BCE decidiu moderar o seu ritmo em junho. Em setembro, a instituição voltou a cortar as taxas, e agora, com a inflação abaixo das expectativas, há a possibilidade de uma nova redução já em outubro, antecipando a queda prevista para dezembro.

A inflação sofreu um grande aumento nos últimos anos, influenciada por eventos globais como a pandemia e as guerras na Ucrânia e no Médio Oriente. Em janeiro de 2021, a inflação estava abaixo da meta estabelecida pelo BCE, mas subiu drasticamente até alcançar 10,6% em outubro de 2022. Desde então, iniciou uma trajetória de descida, estabilizando no final do ano passado. Este setembro, os níveis de inflação ficaram novamente abaixo da meta definida pelo BCE.

A próxima reunião do BCE está agendada para o dia 17 de outubro. Sob a liderança de Christine Lagarde, as decisões do BCE têm sido caracterizadas por uma abordagem cautelosa, com as medidas a serem avaliadas cuidadosamente em cada encontro. No entanto, o recente agravamento da situação no Médio Oriente, especialmente com a entrada do Irão no conflito, traz uma nova variável para o debate. Embora o preço do petróleo esteja em alta, muitos especialistas acreditam que o BCE avançará com uma nova redução das taxas, dado os sinais positivos da economia europeia e o risco de uma inflação muito baixa, inferior a 2%.

As decisões do BCE têm um impacto direto nas taxas Euribor, que são a base para a maioria dos créditos à habitação em Portugal. Nas últimas semanas, os consumidores já começaram a sentir algum alívio nas suas prestações. Na atualização mais recente, na sexta-feira passada, as Euribor a 3, 6 e 12 meses registaram uma descida, comparando as médias de setembro e outubro. Esta é uma boa notícia para as famílias portuguesas, desde que o cenário geopolítico não se deteriore ainda mais.

Depois da reunião de outubro, o BCE voltará a reunir-se em dezembro, a última oportunidade para ajustar as taxas de juro este ano. Caso a inflação continue controlada, é possível que o BCE decida avançar com mais cortes, proporcionando um alívio adicional para os consumidores e contribuindo para a recuperação económica.

Este contexto representa uma luz ao fundo do túnel para muitas famílias que têm sido afetadas pelos sucessivos aumentos das taxas de juro nos últimos meses. Agora, resta aguardar pelas decisões do BCE e pelo impacto que estas terão no orçamento familiar e na economia em geral