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Ouro: Análise Técnica Aponta para Recuperação e Incerteza

O preço do ouro demonstra sinais mistos nos mercados, com uma recuperação notável nos contratos de futuros, enquanto a análise técnica do mercado à vista (spot) sugere um potencial agravamento das condições. Os investidores mantêm-se atentos aos níveis de suporte críticos que poderão ditar a trajetória do metal precioso a curto prazo.

Recuperação Matinal dos Contratos de Futuros

Na manhã de hoje, o contrato de futuros do ouro com vencimento em dezembro de 2025 registou uma recuperação, encontrando um importante suporte na zona dos 3.360-3.370 dólares. Este nível conseguiu travar o movimento de correção que se seguiu à atualização dos máximos históricos no passado dia 8 de agosto. Apesar desta reação positiva, o cenário técnico geral permanece construtivo, embora uma eventual quebra deste suporte pudesse introduzir um primeiro sinal de fragilidade na tendência de alta.

Análise Técnica e Sinais de Alerta

Apesar da recuperação, vários indicadores técnicos começam a apontar para uma possível inversão. Os indicadores de tendência já se encontram em posição de venda (“short”), enquanto o indicador Estocástico atingiu a zona de sobrevenda, sinalizando que a pressão vendedora pode estar a esgotar-se. Adicionalmente, o RSI (Índice de Força Relativa) aproxima-se perigosamente da linha dos 50 pontos, cuja quebra reforçaria o sentimento negativo. No mercado à vista, o fecho de ontem, 17 de agosto, foi praticamente neutro (-0,03%), mas o panorama técnico geral mostra sinais de deterioração.

Perspetivas e Níveis-Chave a Vigiar

Para as próximas sessões, a perspetiva é de cautela. Um sinal claro de inversão de tendência apenas ocorreria com uma quebra consolidada do suporte fundamental entre os 3.260 e os 3.270 dólares. No que toca a movimentos de alta, a primeira área de resistência para o mercado à vista situa-se nos 3.348,3 dólares. A análise sugere que, caso a pressão vendedora se intensifique, poderemos assistir a um novo impulso de baixa, com um alvo provável em torno dos 3.322,5 dólares. A área de suporte imediato a ter em conta fixa-se nos 3.328,9 dólares.

Mundo

Samsung e LG Reforçam Benefícios para Clientes com Novo Programa de Reembolso para Eletrodomésticos Eficientes

Com o arranque do programa governamental de reembolso para eletrodomésticos de alta eficiência, gigantes da eletrónica como a Samsung e a LG intensificam a competição, lançando uma série de benefícios e serviços de apoio ao cliente para atrair os consumidores.

O Incentivo Governamental à Eficiência Energética

O “Programa de Reembolso para Eletrodomésticos de Elevada Eficiência” é uma iniciativa governamental concebida para incentivar a compra de produtos com a mais alta classificação de eficiência energética. Ao abrigo deste programa, os consumidores podem receber um reembolso de 10% do valor da compra, uma medida que visa não só aliviar o encargo financeiro das famílias, mas também promover a poupança de energia a nível nacional. As candidaturas ao reembolso podem ser submetidas através de uma página online dedicada desde o dia 13, com os pagamentos a serem processados sequencialmente a partir do dia 20.

A Estratégia da Samsung: Apoio ao Cliente e Vantagens Adicionais

Em resposta a esta iniciativa, a Samsung Electronics procura diferenciar-se através de um robusto sistema de apoio ao cliente e de vantagens financeiras adicionais. Para além do reembolso governamental, a empresa oferece um desconto suplementar de até 10% na compra de eletrodomésticos eficientes, tanto nas suas lojas físicas (Samsung Store) como na plataforma online Samsung.com.

Consciente de que o processo de candidatura ao reembolso pode ser complexo para alguns consumidores, a Samsung implementou um serviço de consultoria personalizada e individual em todas as suas lojas. Os clientes podem receber assistência em todas as etapas do processo: desde a verificação da elegibilidade dos produtos, passando pela ajuda para fotografar corretamente as etiquetas de eficiência energética e as placas de identificação dos aparelhos, até à preparação dos documentos necessários e ao preenchimento do formulário online. Adicionalmente, o portal Samsung.com oferece um “Serviço de Emissão Simplificada de Documentos”, que permite aos utilizadores obter facilmente os recibos de compra e as faturas detalhadas exigidas para a candidatura.

A Resposta da LG: Campanhas e Descontos Agressivos

A LG Electronics também entrou na corrida com uma oferta diversificada de promoções para maximizar os benefícios para os seus clientes. Nas lojas LG Best Shop, está a decorrer a campanha “LG Best Week” até ao dia 18, que disponibiliza um pacote de cupões com descontos que podem chegar a 1,1 milhões de wons ou a acumulação de pontos de fidelização na compra de 18 categorias de produtos, incluindo aparelhos de ar condicionado e frigoríficos.

Através do “E-circulation Festival”, os clientes que comprarem ou subscreverem modelos com certificação de excelência ecológica recebem um reembolso de 10% do valor do produto (até um máximo de 50.000 wons por artigo), creditado em pontos Naver Pay ou KakaoPay. Na loja online da marca, a LG oferece ainda cupões de desconto de até 500.000 wons na aquisição de eletrodomésticos de alta eficiência, reforçando a sua posição competitiva no mercado.

Empresas

Líder da Intel ganha novo fôlego após reunião com Trump: CEO mantém apoio e ações disparam

Reunião estratégica muda o rumo da narrativa

O presidente Donald Trump parece ter revisto a sua posição sobre o CEO da Intel, Lip-Bu Tan. Depois de ter exigido a sua demissão na semana passada, Trump publicou na sua rede Truth Social que teve um encontro com Tan, acompanhado do Secretário do Comércio, Howard Lutnick, e do Secretário do Tesouro, Scott Bessent. Embora não tenha entrado em detalhes sobre a reunião, descreveu o encontro como “muito interessante”, acrescentando: “O seu sucesso e ascensão são uma história incrível”.

Este reconhecimento marca uma mudança significativa, tendo em conta que Trump anteriormente afirmou que Tan estava “altamente em conflito” por causa de investimentos em centenas de empresas chinesas, algumas alegadamente ligadas ao exército chinês, segundo a Reuters. Agora, o tom do presidente é conciliador: “O Sr. Tan e os membros do meu gabinete vão trabalhar juntos e apresentar sugestões na próxima semana”.

Tan defende-se e Intel responde às críticas

Em resposta às críticas, Tan dirigiu uma carta aos funcionários da Intel, afirmando que havia “muita desinformação” sobre os cargos que ocupou no passado. “Quero ser absolutamente claro… Sempre atuei dentro dos mais elevados padrões legais e éticos”, escreveu, segundo o Financial Times. A Intel, por sua vez, informou que estava a colaborar com a Casa Branca para esclarecer todos os pontos e assegurar que a verdade seja conhecida.

As acusações contra Tan surgiram após uma carta enviada pelo senador republicano Tom Cotton, chefe da Comissão de Inteligência do Senado, que questionava a segurança das operações da Intel devido às ligações de Tan com empresas chinesas através da sua firma de capital de risco, a Walden International.

Ações da Intel sobem após reaproximação com Trump

A mudança de postura por parte de Trump teve impacto imediato nos mercados. As ações da Intel subiram mais de 3% nas negociações de pré-mercado desta terça-feira, após o anúncio do encontro entre Tan e o presidente. A própria Intel confirmou a reunião e classificou-a como “franca e construtiva”, destacando o compromisso da empresa em fortalecer a liderança tecnológica e de fabrico dos EUA.

Na segunda-feira, as ações da empresa já tinham valorizado 3,5%, impulsionadas pelos rumores de que a reunião teria lugar.

Fontes citadas pelo Wall Street Journal indicaram que Tan procurava explicar a sua trajetória pessoal e profissional a Trump, além de apresentar propostas de cooperação entre a Intel e o governo norte-americano.

Reestruturação interna e aposta na produção nacional

Desde que assumiu a liderança da Intel, em março, após a saída de Pat Gelsinger, Tan tem promovido um plano de corte de custos agressivo, com o objetivo de reduzir a força de trabalho em 22% até ao final do ano. A empresa tem enfrentado dificuldades para competir no setor de fabrico de chips, especialmente face à Taiwan Semiconductor, além de perder quota no segmento tradicional de processadores para computadores.

Tan também alertou os investidores de que, caso não consiga garantir um grande cliente, poderá abandonar o desenvolvimento da sua tecnologia de fabrico de próxima geração. Ainda assim, a Intel reiterou o seu alinhamento com a agenda “America First” do presidente Trump, com investimentos robustos na produção de semicondutores em solo americano.

Um CEO sob pressão, mas ainda com capital político

Apesar da pressão política, a Intel tenta reforçar a sua posição como um pilar estratégico da indústria tecnológica americana. A reconciliação entre Trump e Tan representa não só uma vitória para o CEO, mas também um sinal de que a empresa continua a desempenhar um papel central nos planos de soberania tecnológica dos EUA. Com as conversas entre Tan e o governo a avançarem, a Intel poderá emergir mais forte — tanto no mercado como na política.

Mundo

IRS Jovem passa a abranger até 35 anos e primeiros 10 anos de carreira

O Governo vai avançar com uma alteração significativa ao regime do IRS Jovem, alargando a sua aplicação até aos 35 anos e removendo o critério de escolaridade. A medida permitirá que os jovens beneficiem de reduções no imposto durante os primeiros 10 anos de atividade profissional, independentemente do seu percurso académico.

De acordo com a proposta incluída no Orçamento do Estado para 2025, a isenção será total no primeiro ano de trabalho. Nos anos seguintes, o desconto será progressivamente reduzido: 75% entre o segundo e o quarto ano, 50% do quinto ao sétimo ano e 25% do oitavo ao décimo ano.

Esta solução surge como um compromisso entre a proposta inicial do Governo, que defendia isenções durante 13 anos de carreira, e a contraproposta do Partido Socialista, que sugeria reduções apenas nos primeiros sete anos.

O novo modelo do IRS Jovem representa um esforço orçamental relevante. Enquanto a versão anterior implicava um custo de cerca de 250 milhões de euros para o Estado, o alargamento agora proposto terá um impacto estimado de 525 milhões de euros.

Para beneficiar desta medida, haverá um limite de rendimento correspondente a 55 vezes o Indexante dos Apoios Sociais (IAS), ou seja, cerca de 28 mil euros anuais de rendimento coletável. Este valor enquadra-se até ao sexto escalão de rendimentos.

Com esta alteração, o Governo pretende incentivar a permanência dos jovens no mercado de trabalho, aumentar o rendimento disponível nas fases iniciais da carreira e reforçar a atratividade fiscal para quem inicia atividade profissional em Portugal.

Empresas

Euribor com variações distintas nos diferentes prazos

A Euribor registou oscilações nos seus principais prazos, com descida a três meses e subidas a seis e a 12 meses. Atualmente, a taxa a três meses desceu para 3,265%, mantendo-se acima da taxa a seis meses, que subiu para 3,058%, e da taxa a 12 meses, que aumentou para 2,798%.

A taxa Euribor a seis meses, que é desde o início do ano a mais usada em Portugal nos contratos de crédito à habitação de taxa variável, registou um ligeiro acréscimo. Segundo dados do Banco de Portugal relativos ao mês de agosto, cerca de 37,6% dos empréstimos para aquisição de habitação própria com taxa variável estão indexados a este prazo. Os contratos indexados à Euribor a 12 meses representam 33,2%, enquanto os que seguem a taxa a três meses totalizam 25,8% do mercado.

No prazo de 12 meses, a Euribor subiu para 2,798%, um acréscimo face ao valor anterior. Recorde-se que esta taxa chegou a superar os 4% em períodos recentes.

Em contraste, a Euribor a três meses recuou ligeiramente, fixando-se agora em 3,265%. Esta evolução revela que, apesar das recentes subidas dos prazos mais longos, os prazos curtos tendem a estabilizar ou a diminuir.

Quando analisada a média das taxas Euribor ao longo do mês de setembro, verifica-se uma descida em todos os prazos, embora de forma menos marcada do que em agosto e com menor intensidade nas maturidades mais curtas. A média a três meses baixou 0,114 pontos para 3,434%, a seis meses caiu 0,167 pontos para 3,258%, enquanto a média a 12 meses diminuiu 0,230 pontos, situando-se em 2,936%.

Estas flutuações ocorrem num contexto de ajustamentos de política monetária. O Banco Central Europeu (BCE) decidiu recentemente reduzir a sua principal taxa diretora em 25 pontos base para 3,5%, após ter mantido as taxas de juro inalteradas na reunião anterior. Antes disso, o BCE tinha descido as taxas diretoras em junho, após um período de estabilidade em valores máximos desde 2001, e após dez aumentos sucessivos desde julho de 2022.

Também a Reserva Federal dos Estados Unidos implementou um corte nas taxas de juro, reduzindo-as em 50 pontos base, numa decisão que marcou a primeira descida desde 2020.

A próxima reunião de política monetária do BCE está prevista para ocorrer em outubro, na Eslovénia, e poderá trazer novas orientações quanto à evolução das taxas na zona euro.

A Euribor é determinada pela média das taxas a que um grupo de 19 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário, sendo um dos principais indicadores para a evolução dos créditos à habitação em Portugal e no resto da Europa.

Empresas

SK Hynix atinge lucro operacional recorde impulsionado pela Inteligência Artificial

Resultados históricos alimentados pelo avanço da IA

A SK Hynix anunciou resultados sem precedentes no segundo trimestre deste ano, impulsionados pela crescente procura de tecnologia de inteligência artificial. A empresa superou até o dobro do lucro operacional da Samsung Electronics, atingindo o valor trimestral mais elevado da sua história e reforçando a aposta no domínio do segmento de memórias para IA, mesmo perante o aumento da concorrência no setor.

Lucros e receitas em máximos históricos

No balanço preliminar apresentado a 24 de julho, a SK Hynix revelou que o seu lucro operacional consolidado do segundo trimestre (abril a junho) atingiu 9,21 biliões de won, um crescimento de 68,5% em relação ao mesmo período do ano passado. Este resultado ultrapassou as previsões dos analistas e marca o valor mais alto desde a fundação da empresa. O lucro operacional da SK Hynix tem vindo a crescer consecutivamente desde o primeiro trimestre do ano passado, superando inclusive o conjunto de resultados operacionais da rival Samsung Electronics – que inclui semicondutores, smartphones e eletrodomésticos – por três trimestres seguidos.

Também as receitas atingiram um novo recorde, crescendo 35,4% em relação ao ano anterior e fixando-se em 22,23 biliões de won. A margem operacional situou-se nos 41%, reforçando a rentabilidade do negócio.

O papel central da memória HBM para IA

O principal fator por detrás destes resultados é o sucesso dos chips de memória HBM (High Bandwidth Memory), essenciais para o funcionamento de sistemas de inteligência artificial. A SK Hynix tornou-se fornecedora dominante destes componentes, abastecendo sobretudo a norte-americana Nvidia, líder global em chips para IA.

De acordo com o presidente Song Hyunjong, a forte procura das grandes tecnológicas por soluções de IA tem impulsionado o mercado, enquanto a antecipação de possíveis incertezas como as tarifas aduaneiras acelerou as encomendas. Mais de 70% das receitas da empresa advêm da venda de DRAM, incluindo os módulos HBM, cuja produção deste ano já está totalmente comprometida, impulsionando significativamente os resultados financeiros.

Concorrência intensifica-se, mas liderança mantida

O desafio agora para a SK Hynix é manter a liderança perante o avanço dos concorrentes. Empresas como a norte-americana Micron começaram recentemente a fornecer produtos HBM3E à Nvidia, enquanto a Samsung avança para a produção em massa de memórias HBM4. Analistas da Goldman Sachs já anteciparam uma intensificação da competição e a possibilidade de queda nos preços destas memórias, fatores que fizeram as ações da SK Hynix recuarem 9% recentemente.

Apesar disso, o vice-presidente Kim Ki-tae garantiu que o mercado de HBM continuará a crescer rapidamente, sendo este tipo de memória crucial para o desenvolvimento da IA. Destacou ainda a vantagem da SK Hynix como pioneira na oferta personalizada e na colaboração com clientes neste segmento.

Investimento reforçado para responder à procura

Em resposta ao contexto de mercado, a SK Hynix decidiu aumentar o investimento em infraestruturas de produção de HBM, prevendo limitar possíveis descidas de preços devido à complexidade crescente dos processos de fabrico das novas gerações. O plano passa pela entrada em funcionamento, já no quarto trimestre, da nova fábrica M15X em Cheongju, e pelo início da operação de uma unidade em Yongin em 2027.

A empresa também referiu que as negociações com grandes tecnológicas para fornecimento de HBM estão a decorrer de forma positiva, sendo capaz de responder de forma flexível às exigências de volume e qualidade dos clientes. Especialistas do setor consideram que, dada a dificuldade técnica, apenas a SK Hynix e a Micron conseguem atualmente produzir memórias HBM ao nível exigido pelos gigantes da tecnologia, o que aumenta a probabilidade de a empresa coreana continuar a ser a escolha preferida.

Expansão para além da HBM

Paralelamente ao investimento em HBM, a SK Hynix planeia continuar a inovar no segmento de memórias DRAM convencionais e NAND. Estão previstos lançamentos de novos produtos de alto desempenho, tanto para dispositivos móveis como para aplicações gráficas, além de soluções SSD de última geração para consumidores e empresas, antecipando o crescimento da procura por armazenamento rápido.

Perspectivas para o futuro

O recorde de resultados da SK Hynix reflete diretamente o aumento do investimento das grandes empresas globais em centros de dados para IA. Se esta tendência se mantiver, a expectativa é de que a empresa prolongue este ciclo de crescimento histórico durante o segundo semestre. Segundo a administração, o crescimento do mercado de HBM não oferece dúvidas, sustentado pela rápida expansão da IA e pela multiplicação de novas aplicações e serviços inteligentes.

Saúde

Asston Pharmaceuticals prepara entrada na bolsa com IPO de R$ 27,56 crores

Abertura oficial da oferta pública

A Asston Pharmaceuticals Limited, empresa especializada em produtos farmacêuticos e nutracêuticos, com sede em Navi Mumbai, Maharashtra, anunciou que abrirá a sua Oferta Pública Inicial (IPO) no dia 9 de julho de 2025. A operação tem como objetivo captar aproximadamente ₹27,56 crores. As ações serão listadas na plataforma de pequenas e médias empresas da BSE Limited (BSE SME).

A emissão será realizada por meio de um processo 100% book building, de acordo com os regulamentos estabelecidos pela SEBI (Securities and Exchange Board of India).

Distribuição das ações

A estrutura de alocação das ações da IPO da Asston será a seguinte:

  • Investidores Âncoras (QIB Anchor): até 6.35.000 ações ordinárias

  • Investidores Institucionais Qualificados (QIB): até 4.25.000 ações

  • Investidores Não Institucionais (NII): até 3.22.000 ações

  • Investidores Individuais de Varejo (RII): até 7.46.000 ações

  • Market Maker: até 1.13.000 ações

Utilização dos recursos arrecadados

Os recursos líquidos obtidos com a oferta serão destinados à aquisição de novos equipamentos para a unidade de produção, reforço do capital de giro, amortização parcial ou total de dívidas em aberto e outras finalidades corporativas gerais.

A tranche para investidores âncoras será aberta no dia 8 de julho de 2025. O período de subscrição pública decorre entre os dias 9 e 11 de julho de 2025.

O coordenador líder da oferta é a Sobhagya Capital Options Private Limited, e o registo ficará a cargo da Maashitla Securities Private Limited.

Declaração da administração da empresa

O Diretor Executivo da Asston Pharmaceuticals Limited, Dr. Ashish Narayan Sakalkar, afirmou: “Estamos entusiasmados por anunciar a entrada da Asston Pharmaceuticals no mercado de capitais, um passo crucial na nossa trajetória de crescimento, inovação e compromisso com a excelência na área da saúde. Este IPO representa um marco importante na nossa evolução como fabricante de medicamentos, oferecendo soluções terapêuticas de qualidade, acessíveis e confiáveis para diversos segmentos.”

Sakalkar destacou ainda que a empresa vem ampliando gradualmente a sua presença no setor, com um portefólio robusto de formulações, foco na eficiência produtiva e forte conformidade regulatória. “Investimos continuamente em infraestruturas, talento humano e investigação e desenvolvimento para garantir um crescimento sustentável”, reforçou o executivo.

Indicadores do mercado cinzento (GMP) e estimativas de retorno

Segundo dados mais recentes, o prémio no mercado cinzento (GMP) da IPO da Asston Pharmaceuticals alcançou ₹10 em 5 de julho, após ter iniciado a ₹0 no dia anterior. Atualmente, o GMP mantém-se nos ₹10.

  • Taxa Kostak: não divulgada até o momento.

  • Valor estimado ‘Subject to Sauda’: ₹7.600

  • Retorno esperado: 8%

Detalhes adicionais sobre a emissão

A IPO será estruturada como uma emissão do tipo book building, composta exclusivamente por uma oferta primária no valor total de ₹27,56 crores. O preço por ação será definido dentro da faixa de ₹115 a ₹123.

A distribuição por tipo de investidor será: 35% para o público de varejo, 50% para QIBs e 15% para HNIs (investidores de grande porte). A data prevista para listagem das ações na BSE é 16 de julho de 2025, com a alocação final agendada para 14 de julho de 2025.

Resultados financeiros impulsionam confiança

Em termos de desempenho financeiro, a empresa registou uma receita de ₹25,61 crores no ano de 2025, contra ₹15,84 crores em 2024. O lucro também apresentou um crescimento expressivo, saltando de ₹1,36 crores em 2024 para ₹4,33 crores em 2025.

Com base nesses resultados, analistas recomendam o investimento na IPO da Asston Pharmaceuticals com uma perspectiva de longo prazo, apostando no contínuo crescimento e fortalecimento da empresa no setor farmacêutico indiano.

Empresas

Nova reserva contracíclica do Banco de Portugal impõe maior exigência de capital ao BCP

O Banco de Portugal anunciou a introdução de uma nova reserva de capital contracíclica de 0,75%, que incidirá sobre a exposição dos bancos ao setor privado não financeiro em Portugal. Esta medida está prevista para entrar em vigor a partir de 1 de janeiro de 2026, tanto numa base individual como consolidada.

A decisão insere-se na estratégia do regulador para reforçar a resiliência do sistema financeiro nacional face a eventuais choques económicos, num contexto em que os riscos para a estabilidade financeira aumentaram nos últimos anos. A reserva contracíclica pretende, assim, funcionar como um colchão adicional que os bancos terão de constituir para prevenir desequilíbrios nos ciclos económicos.

Segundo cálculos efetuados com base nos relatórios e contas de 2023, o banco que enfrentará o maior impacto desta medida é o BCP (Banco Comercial Português). O Jornal Económico analisou os Ativos Ponderados pelo Risco (RWA – Risk-Weighted Assets) das principais instituições financeiras do país e apurou que o BCP detinha, no final do ano passado, 39.751 milhões de euros em RWAs.

Aplicando a nova taxa de 0,75% sobre esse montante, o BCP terá de constituir uma reserva adicional de aproximadamente 297,9 milhões de euros. Trata-se, portanto, da maior almofada exigida entre os cinco maiores bancos a operar em Portugal.

Esta obrigação de reforço de capital poderá ter implicações diretas na estratégia de alocação de recursos do BCP, obrigando o banco a ajustar os seus planos de investimento, distribuição de dividendos ou até a sua política de concessão de crédito. Ainda que a medida só entre em vigor em 2026, as instituições terão de começar a preparar-se desde já para garantir o cumprimento dos requisitos regulamentares.

Recorde-se que a reserva contracíclica é uma ferramenta prudencial que tem vindo a ganhar relevância em vários mercados europeus, sobretudo em fases de crescimento económico mais prolongado, onde se acumulam vulnerabilidades financeiras. Ao exigir aos bancos que reforcem o seu capital em períodos de expansão, o regulador procura mitigar os efeitos de eventuais crises futuras.

No caso português, esta será a primeira vez que o Banco de Portugal estabelece uma taxa positiva para a reserva contracíclica, sinalizando uma mudança na perceção dos riscos associados à evolução do crédito ao setor privado. Os restantes bancos, embora com menor exposição do que o BCP, também terão de constituir reservas proporcionais ao seu nível de ativos ponderados pelo risco.

A medida reforça a tendência crescente de uma supervisão mais exigente no setor financeiro nacional, num momento em que os bancos portugueses apresentam níveis de capital mais robustos do que no passado, mas continuam a ser desafiados por um ambiente macroeconómico incerto e pelas exigências do novo quadro regulatório europeu.

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Produção automóvel na Europa pode parar dentro de semanas devido à escassez de Terras Raras

A indústria automóvel europeia enfrenta uma ameaça iminente: a escassez de terras raras pode levar à interrupção da produção já nas próximas quatro a seis semanas. Estes materiais são essenciais para a fabricação de motores elétricos e baterias de veículos elétricos, e a sua disponibilidade está a ser fortemente condicionada por restrições impostas pela China.

A situação começou a agravar-se em abril, quando o governo chinês começou a limitar as exportações de metais de terras raras, exigindo licenças específicas. No entanto, o sistema para emitir essas licenças não estava plenamente operacional, o que resultou, na prática, num bloqueio das exportações. Isso provocou uma escassez preocupante para os fabricantes de motores elétricos, afetando sobretudo as construtoras ocidentais, incluindo as alemãs, altamente dependentes destes componentes.

Nos últimos dias, surgiram indícios de que Pequim começou a emitir algumas licenças de exportação. A Volkswagen confirmou ter recebido informações sobre a emissão limitada de autorizações. Também a empresa chinesa Baotou Tianhe Magnetics Technology, uma das maiores fornecedoras de ímanes de alto desempenho para grupos como Volkswagen, Bosch e Brose, anunciou que voltou a exportar.

Contudo, essa retoma parcial não resolve o problema. Fontes do setor alertam que, apesar de algumas licenças estarem a ser concedidas, permanece o risco de novas suspensões súbitas devido a alegadas falhas burocráticas. Além disso, segundo informações de bastidores, a exportação pode ser recusada se o destino final dos materiais for os Estados Unidos ou se se suspeitar que os produtos fabricados com essas matérias-primas serão vendidos no mercado norte-americano.

De acordo com Christian Grimmelt, especialista da consultora Berylls by AlixPartners, os stocks atualmente disponíveis nas fábricas europeias poderão esgotar-se em apenas quatro a seis semanas. Após esse prazo, será inevitável parar linhas de produção. Grimmelt teme que isso comprometa seriamente o avanço da mobilidade elétrica na Europa. Além disso, os preços destes materiais aumentaram entre 40% e 50% nos últimos meses, o que já está a pressionar os custos operacionais das fabricantes.

Apesar da gravidade da situação, os grandes grupos automóveis alemães têm-se mostrado cautelosos nas declarações públicas. A Mercedes-Benz, por exemplo, reconhece a incerteza, destacando a complexidade e volatilidade da situação, mas evita fazer previsões. A marca afirma estar a acompanhar atentamente o processo de atribuição de licenças, embora sublinhe que muitas variáveis continuam em movimento, dificultando análises definitivas.

Também o grupo Volkswagen, que inclui as marcas Audi e Porsche, recusou avançar com previsões. Afirmou, no entanto, que, por enquanto, não existem ruturas no fornecimento de peças com terras raras e que os seus fornecedores estão a trabalhar ativamente com subfornecedores para garantir o acesso às licenças necessárias.

Analistas acreditam que a China está a usar esta incerteza como ferramenta estratégica. Ao manter os seus parceiros comerciais na dúvida e demonstrar poder sobre cadeias de abastecimento críticas, Pequim reforça a sua influência global. Este tipo de controlo lembra os choques logísticos durante os confinamentos chineses de 2021, quando navios ficaram parados à porta de portos chineses enquanto as autoridades testavam não só pessoas, mas também mercadorias, como salmão congelado, em busca do vírus da Covid-19.

Mundo

IRS Jovem: Novo modelo traz benefícios fiscais significativos para jovens até aos 35 anos

O novo regime do IRS Jovem, que entra em vigor em 2025, representa uma mudança estrutural nos apoios fiscais dirigidos à população jovem em Portugal. Ao contrário da versão anterior, este modelo deixa de exigir como critério a conclusão do ensino superior ou secundário, abrangendo agora todos os jovens até aos 35 anos de idade ou com um máximo de 10 anos de carreira contributiva.

Segundo simulações realizadas pela EY, esta alteração poderá traduzir-se num alívio fiscal significativo, sobretudo para os jovens que já estão no mercado de trabalho há mais de cinco anos e que, até agora, não beneficiavam do modelo anterior criado pelos Governos do Partido Socialista. Em alguns casos, a poupança anual pode mesmo ultrapassar o equivalente a um 15.º mês de salário.

Por exemplo, um jovem que aufira 1.000 euros brutos mensais e que já trabalha há seis anos poderá ter uma redução no IRS de 950 euros por ano, o que representa cerca de 68 euros por mês. Já um jovem com um salário de 1.500 euros mensais, na mesma situação, pode poupar até 1.710 euros por ano – cerca de 122 euros mensais.

Para os que iniciarem a sua vida profissional em 2025, o impacto será ainda mais expressivo. Um jovem com um salário mensal de 1.000 euros terá uma isenção total de IRS no primeiro ano, poupando mais de mil euros. No caso de um salário de 1.500 euros, o desconto ascende a 2.462 euros. E, para quem começar com um rendimento de 2.000 euros, o alívio fiscal ultrapassará os quatro mil euros anuais, o que equivale a cerca de 288 euros por mês.

O novo regime prevê uma isenção total no primeiro ano de trabalho. Essa isenção será reduzida de forma progressiva: 75% no segundo ao quarto ano, 50% do quinto ao sétimo ano e 25% do oitavo ao décimo ano. Este escalonamento visa distribuir os benefícios ao longo de uma década de carreira.

Existe, no entanto, um limite definido: os rendimentos coletáveis isentos de imposto não podem ultrapassar os 55 Indexantes dos Apoios Sociais (IAS), o que corresponde atualmente a cerca de 28 mil euros anuais, abrangendo até ao sexto escalão do IRS.

O acesso ao benefício inicia-se com a entrega da primeira declaração de rendimentos em nome próprio, sem estar como dependente dos pais. Caso essa declaração seja submetida apenas em 2026, o benefício será aplicado retroativamente através de acertos anuais.

A medida resulta de um compromisso entre o Governo e o PS. A proposta inicial do Executivo previa isenções nos primeiros 13 anos de trabalho, enquanto o PS defendia um período mais curto, de sete anos. O acordo final fixou-se nos 10 anos, permitindo um equilíbrio entre apoio fiscal e sustentabilidade orçamental.

Com este novo modelo, o IRS Jovem torna-se uma ferramenta mais abrangente e relevante para apoiar os jovens trabalhadores portugueses, proporcionando-lhes um estímulo concreto à entrada e permanência no mercado de trabalho, independentemente da sua formação académica.