

Ouro valoriza com fraqueza do dólar e procura por ativos de refúgio
O preço do ouro registou uma valorização superior a 2% esta sexta-feira, impulsionado pela desvalorização do dólar e pelo aumento da procura por ativos considerados de refúgio, numa altura em que os mercados aguardam a próxima decisão de política monetária da Reserva Federal dos Estados Unidos (Fed), prevista para o final da semana.
O ouro à vista subiu 2,3%, atingindo os 3.315,62 dólares por onça às 9h44 (hora de Nova Iorque). Já os contratos futuros de ouro nos Estados Unidos registaram um aumento de 2,5%, para 3.324,50 dólares por onça.
O índice do dólar, que mede o desempenho da moeda norte-americana face a uma cesta de outras divisas, caiu 0,5%. Esta descida torna o ouro mais acessível para investidores que utilizam outras moedas, aumentando assim a atratividade do metal precioso.
A tensão no panorama internacional também contribuiu para o cenário favorável ao ouro. O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou no domingo uma tarifa de 100% sobre filmes produzidos no estrangeiro, reacendendo os receios em torno das consequências de uma potencial guerra comercial global.
Segundo Jim Wyckoff, analista sénior da Kitco Metals, “estamos a assistir a um fluxo contínuo de procura por ativos de refúgio, o que tem mantido os preços do ouro em alta. No curto prazo, é provável que o ouro continue a negociar acima dos 3.000 dólares.”
Wyckoff acrescentou ainda que “não se espera qualquer alteração nas taxas de juro na reunião da Fed, mas o mercado estará atento aos sinais que indiquem uma possível mudança de direção da política monetária.”
Os investidores aguardam com expectativa as declarações do presidente da Fed, Jerome Powell, marcadas para quarta-feira, na esperança de obter pistas sobre o rumo futuro das taxas de juro. Desde dezembro, a taxa de juro diretora da Fed tem sido mantida entre 4,25% e 4,50%.
Embora o mercado espere que as taxas permaneçam inalteradas nesta reunião, poderá ser a última vez que a decisão se revele tão previsível. A imposição das novas tarifas por parte da administração Trump lançou uma sombra de incerteza sobre as perspetivas económicas.
O ouro, tradicionalmente visto como uma proteção contra períodos de instabilidade e um ativo favorecido em ambientes de taxas de juro baixas, tem beneficiado de forma significativa. Em 2025, o metal já valorizou 26,3%, tendo alcançado vários máximos históricos ao longo do ano.
O banco Goldman Sachs prevê que o ouro continue a superar o desempenho da prata. Contudo, dada a forte correlação entre ambos os metais, espera-se que a procura renovada por ouro em 2025 também impulsione os preços da prata.
Neste mesmo contexto, a prata à vista registou um aumento de 1,3%, situando-se nos 32,39 dólares por onça. O preço do platina também subiu 0,4%, para 963,76 dólares. Em contrapartida, o paládio caiu 0,7%, fixando-se nos 947,15 dólares.

Setor dos smartphones recondicionados enfrenta falta de mão de obra qualificada, alerta a Swappie
A Swappie, empresa especializada na venda de smartphones recondicionados, lançou um alerta sobre os desafios enfrentados pelo setor, destacando a escassez de profissionais qualificados e o domínio dos fabricantes originais como obstáculos ao crescimento do mercado.
Num relatório recentemente divulgado, intitulado White Paper, a empresa identifica dois grandes entraves ao desenvolvimento do setor. O primeiro prende-se com a forte concentração de poder nas mãos dos fabricantes originais, que controlam o acesso a componentes e a manuais de reparação. Esta limitação, segundo a Swappie, impede que outras empresas possam operar em igualdade de condições e inibe a concorrência.
O segundo desafio diz respeito à falta de mão de obra especializada. A empresa salienta a urgência de criar mais programas de formação técnica na área da reparação de dispositivos, bem como de adotar políticas de imigração estratégicas que ajudem a colmatar esta lacuna no mercado de trabalho.
A Swappie sublinha ainda a importância de uma melhor aplicação das regras do IVA marginal, um regime fiscal específico para bens em segunda mão, como forma de prevenir fraudes fiscais e tornar o mercado mais transparente e eficiente.
Para além das questões estruturais, a empresa também chama a atenção para o impacto ambiental da indústria dos smartphones. Segundo os dados do relatório, cerca de 85% da pegada de carbono de um telemóvel corresponde à sua produção inicial, representando cerca de 80 kg de emissões de dióxido de carbono por unidade.
Neste contexto, a Swappie defende que a compra de equipamentos recondicionados constitui uma alternativa mais sustentável. A empresa estima que a aquisição de um smartphone recondicionado reduz as emissões em até 78%, contribuindo significativamente para a diminuição do impacto ambiental da tecnologia.
Com estes dados, a Swappie pretende promover uma reflexão sobre as práticas atuais do setor e apelar à criação de políticas que favoreçam a economia circular, a inclusão de mão de obra qualificada e a proteção do meio ambiente.